sábado, 2 de julho de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

 
Ver o sol se pôr
 
Rosa, lilás e cinza, o poema chama-me
quase a despedir-se na tarde a se dirimir.
- Olha-me, senhora, minha amiga antiga;
- despe-me com os olhos e então me devoras;
 
- Olha-me para que a noite caia sobre nossas
almas claras, uma noutra a se diluir. Olho-o
e sou tomada pela aura de uma hora entre
dia e noite onde luz e sombra fundem-se.
 
Olho-o e seu sopro outra vez me envolve;
olho-o e quase posso materializar sua fala;
olho-o e então colho-o mas eis que ele foge
 
Como foge a tarde. E então resta a noite
e o fundo silêncio, efêmeras curvas
do espaço-tempo entre mim e ti.
 

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