quarta-feira, 17 de abril de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM

Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas



Gosto de brincar
de palavras com
o papel em branco.
Digo-lhe: amar
e ele faz cara
de desdém e diz:
bah, muda o disco.

- Ó branquelo,
a gente já está
na era do pós-CD,
do Ipod, ora se pode
você falar de
bolachão nesse
poema. Só se for
pra fazer rir,
e como não sou
Nicolas Behr,
mudo o tema
da poesia e lhe
proponho falar
de dor e de alegria.

Essa é uma
história sem fim
e não cabe
num poema, diz
o papel almaço
e se arrepia ao
toque da caneta
à minha mão
riscando sua pele
branca como
a luz do dia.

-Então, que tal
falarmos do
indizível prazer
de com você
forjar palavras,
sussurro ao seu
ouvido e ele
enfim se cala
e cede a mim
seu corpo,
espaço sem fim
onde derramo
empíricas palavras.

           (O título é um verso da canção Quase sem querer, de Renato Russo)

2 comentários:

  1. Que belíssimo sussurrar poético, palavras fazendo amor com as sensações que provocam...

    Amei!

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    1. É essa a direção do poema, caríssimo Moa. Grata pela leitura e pelo generoso comentário.

      Amneres

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