sábado, 4 de julho de 2015

DIÁRIO DE VIAGEM


Com a boca
escancarada
cheia de dentes

Ando brigada
Com o poema,
Acho-o bizarro
Chato mesmo,
Até banal,
Sons abstratos
Vomitando signos
– (in)significantes
Significados –
Inventados,
Reinventados,
Abjetos objetos
Semiológicos
De Saussure.

Ando achando
Tudo isso um saco,
Como disseram Raul
E Paulo sobre
O cotidiano.
O poema é ouro
De tolo – penso,
Sentada no trono
Dos apontamentos,
Despejados em
Folhas e teclados,
Para depois,
Repetir:
Consegui,
E daí?

É só mais
Um verso tosco,
É só mais
Um roto traço
Humano,
ridículo,
limitado,
Enquanto
Jorra a dor
Dentro de mim,
E cercas
Embandeiradas
Ainda cobram
Caro o preço
De existir.


   (Inspirado na canção Ouro de Tolo, de Raul Seixas e Paulo Coelho)

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