Bilhete
de uma poetisa
de pileque
Olha só:
“Agora é tarde, Inês é morta.
Ser ou não ser, eis a questão.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
Sonhar mais um sonho impossível,
lutar quando é fácil ceder,
vencer o inimigo invencível,
negar quando a regra é vender.
Sofrer a tortura implacável,
romper a incabível prisáo,
voar no limite improvável,
tocar o inacessível cháo.
Você e eu, eu e você,
Eu e você, você e eu,
Juntinhos.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo”.
Olha só:
Que me perdoem Antônio Ferreira,
Shakespeare, Drummond, Vinicius,
Camões, Chico Buarque, Joe Darion,
Tim Maia e Mitch Leigh,
Mas eu só estou bêbada
E como se diz,
O que digo aqui não se escreve.
Então é isso,
Tchau,
Fui.
domingo, 10 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
DIÁRIO DE VIAGEM
Chico, a lua e a Ásia
Chorei, amigo, da primeira à última frase soprada por tua voz ao meu ouvido. Dita como dizes, a vida é pura arte. Dançaste no palco como um pássaro o faz no espaço livre. Ficaste leve, quase incorpóreo, tomada que estava tua alma pela perfeita simbiose entre ator e homem. A lua vem da Ásia, mas a estrela brilha aqui na Terra Brasilis, na performance irretocável de um grande ator. Salve, Chico Diaz.
* Texto escrito em homenagem ao ator brasileiro Chico Diaz, no monólogo A Lua vem da Ásia, baseado na obra de Campos de Carvalho.
Chorei, amigo, da primeira à última frase soprada por tua voz ao meu ouvido. Dita como dizes, a vida é pura arte. Dançaste no palco como um pássaro o faz no espaço livre. Ficaste leve, quase incorpóreo, tomada que estava tua alma pela perfeita simbiose entre ator e homem. A lua vem da Ásia, mas a estrela brilha aqui na Terra Brasilis, na performance irretocável de um grande ator. Salve, Chico Diaz.
* Texto escrito em homenagem ao ator brasileiro Chico Diaz, no monólogo A Lua vem da Ásia, baseado na obra de Campos de Carvalho.
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