domingo, 22 de março de 2020

DIÁRIO DE VIAGEM



Ra Ma Da Sa

Das profundezas do mar azul
Renasço, corpo liquefeito, olhos
Úmidos de sonhar. Meu coração
É um barco navegando em mar
Aberto, sonho infinito inscrito
Nos topos eróticos dos meus dedos,
Hálito salgado misturado às ondas
Dos desejos dedilhando versos.
Estrelas do céu, estrelas do mar,
Entre elas, deito em meu leito
De espumas. Hoje, sou puro
Sopro descerrando as pálpebras
Da bruma. Faça-se luz e a luz
Se faz, e então as cores e os sons.
Sois o Verbo, Fonte Primordial,
Inventor das manhãs. Dissipais, pois,
A treva e com ela a dor, e com ela
O medo que se espalha sobre
A Terra. Hoje, minha alma
Mimética canta o amor
Na língua do dom:
Ra Ma Da Sa
Sa Say So Hung...

(Inspirado na canção Ra Ma Da Sa,
da cantora Snatam Kaur)