terça-feira, 4 de outubro de 2016
Orla Bardot
No meio do caminho tinha uma gaivota. Voava plácida, circundando os mastros dos barcos ancorados à baía por onde passou, certa vez, o furacão Bardot, deixando sua marca indelével eternizada na escultura de pedra, encrustada às margens úmidas da enseada.
Reza a lenda ter a atriz vivenciado ali um grande amor, paixão improvável entre musa e pescador, cujas redes bem-aventuradas em lugar de peixes, trouxera a sereia, saída das telas do cinema para as brancas areias de Iemanjá.
Armação de Búzios cresceu, quase engolida pela fúria imobiliária, pelo fantasma do declínio que corrói o tempo e engole a ilusão, como ensina o ciclo da vida em rotação, mas a Orla Bardot mantém a aura, um ar etéreo de eternidade, suave torpor impregnado no balanço dos barcos ancorados, na névoa do tempo chuvoso de setembro.
Sentar-se com a musa e sonhar com a febre de outros tempos, fechar os olhos, deixar-se estar...
DIÁRIO DE VIAGEM
No meio do caminho tinha uma gaivota. Voava plácida, circundando os mastros dos barcos ancorados à baía por onde passou, certa vez, o furacão Bardot, deixando sua marca indelével eternizada na escultura de pedra, encrustada às margens úmidas da enseada.
Reza a lenda ter a atriz vivenciado ali um grande amor, paixão improvável entre musa e pescador, cujas redes bem-aventuradas em lugar de peixes, trouxera a sereia, saída das telas do cinema para as brancas areias de Iemanjá.
Armação de Búzios cresceu, quase engolida pela fúria imobiliária, pelo fantasma do declínio que corrói o tempo e engole a ilusão, como ensina o ciclo da vida em rotação, mas a Orla Bardot mantém a aura, um ar etéreo de eternidade, suave torpor impregnado no balanço dos barcos ancorados, na névoa do tempo chuvoso de setembro.
Sentar-se com a musa e sonhar com a febre de outros tempos, fechar os olhos, deixar-se estar...
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
DIÁRIO DE VIAGEM
Geopoética
Quando cheguei,
Estranhaste-me
E te estranhei,
Duas aves míticas,
Malditas, presas
Ao concreto armado
De nossas íntimas
Solidões.
Desde ali,
No momento exato
Em que te vi, foste
Pulsão e espelho,
E em tuas asas
Percorro léguas
De existir.

terça-feira, 30 de agosto de 2016
DIÁRIO DE VIAGEM
Hallelujah
Anos 70, onda hippie,
Hare Khrisna,
Paz e amor.
Monges carecas,
De amarelo, cantando
Pelas ruas, hinos.
Anos 70, era Beatles,
Bhagavad-gita,
Rock and Roll.
Meu destino
É tecer palavras,
Creio reveladas por Vós,
My sweet Lord.
Amneres, 24/08/2016
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
Diário de Viagem
Entrenoite
Gosto do cair da tarde,
Quando a luz esvai-se
Em ondas multicores
E odores de orvalho
das árvores e das flores
Entram pelas narinas,
Entre os frescos ares
Da entrenoite.
Hoje é êxtase,
Vida que acontece
Em círculos,
Pois que o tempo
É curvo e tudo
Nasce e morre
E permanece.
Amneres, 11/08/2016
segunda-feira, 23 de maio de 2016
DIÁRIO DE VIAGEM
Listening to Pink Floyd
on monday afternoon
I wish I
was there
Where there
are breeze
And such a
blue sky
Shinning on
Your body and
mine.
I wish I
was there,
My dear
friend,
Walking on
the sand
Wept because
of the waves
Washing your
soul and mine.
I wish I
was there,
Everywhere
our hands
Can touch
each other,
While the
sun dies
On the
ocean,
And all
that beauty
Seduces our minds.
Amneres
23.05.2016
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