Sobre iluminar-se
Sopro ao teu ouvido um verso de amor.
Sopro-o pra comemorar a vida,
Essa chama insensata, desmedida,
Bela como só o amor a ela se compara
Em fala, em luz, em cor. Sopro-o
E o azul e verde da janela
Se mistura ao vento e me afaga a pele
Nua debruçada sobre o tempo,
A escrever-te. Sopro-o como sopra
O vento a eriçar-te os pelos, só
Pra provocar-te um riso absorto,
Um doce desvelo. Sopro-o pra acordar-te
e para mantê-lo - ardente, escarlate -
A iluminar-te o caminho inteiro.
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