quinta-feira, 19 de março de 2015

DIÁRIO DE VIAGEM


É só o vento

O vento fala
ao meu ouvido
em língua inaudível,
lufas de vento
de silêncio e cor.

Incorpórea, ouço
os versos malditos:
nenhum verbo
ou substantivo
traduz o amor.

Patética, repilo
o estratagema
de inferir grandeza
Onde só há vertigem,
languidez, torpor.

Solto a caneta
e uso a coragem
para enfrentar
a solidão, minha
fuligem interior.

Dela retiro
a argamassa
com que construo
um templo
de palavras
ao vento

Que afinal me falam
ao ouvido,
lufas de vento
de silêncio e cor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário