sexta-feira, 4 de outubro de 2013
DIÁRIO DE VIAGEM
Poetweet 47 – Fecho os olhos e sorvo seu beijo úmido, seu fluido hálito, seu raro encanto, submisso corpo imerso no corpo mítico do Atlântico.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
DIÁRIO DE VIAGEM
Poetweet 46 – Sopra uma brisa suave e fria na pele da tarde seca, rachada, arrepiada do cerrado de meu peito, trêmulo de amor e de saudade.
sábado, 17 de agosto de 2013
DIÁRIO DE VIAGEM
Poetweet 45 – A
gata se enrosca na mão que se enrosca na gata; e a vida se enrosca sobre si
mesma, e nas cismas da manhã, preguiçosa e erma.
DIÁRIO DE VIAGEM
Poetweet 44 -
Tempo de contemplar o mundo pelas pupilas dos olhos do vento, a língua em
silêncio, aranha tecendo sua teia no corpo do tempo.
sábado, 10 de agosto de 2013
DIÁRIO DE VIAGEM
Sobre meu pai
Olho o tempo azul,
quente e seco do cerrado
e lembro-me do homem velho,
digno, de boné, suspensório
e camisa de sábado.
Porque era sábado
aquele dia em minha memória,
véspera do Dia dos Pais,
exatamente como agora.
E foi ali, naquela adega,
escolhendo os vinhos
do almoço, logo mais,
em sua casa, que, há um ano,
despedi-me de meu pai.
Dias depois, ele se foi
e aquela conversa alegre
com o dono da adega
– ambos a comemorarem a vida,
entre histórias e passagens
de suas memórias –
é a última cena
de que me lembro.
E que descanse em paz –
rezo e me despeço do momento,
pois que outra cena do convívio
entre papai e mamãe
já me arrebata o pensamento.
Que lhe sejam perdoados
seus pecados – completo
a oração, com um sorriso,
enquanto desenha-se
em minha memória,
como um quadro bíblico,
a cena de uma extensa
lista de pecados
apresentada a papai
pelo próprio São Pedro,
a barrar-lhe a porta do céu.
Fecho os olhos e quase
posso ouvir o riso maroto
de mamãe, que adorava
fazer-lhe essa ameaça.
E o mais engraçado
é que ele – já velhinho –
morria de medo do castigo.
Íntegro, homem de fé
e de princípios,
meu pai era um eterno
apaixonado: por mamãe,
pela política, pela vida.
Por isso, hoje, nesse dia
de saudade e de bonança,
quero dizer que dele herdei
essa paixão e que, por isso,
sou-lhe grata, também
por tê-lo tido como pai,
a imprimir-me
força e esperança.
- Fica com Deus,
papai, e pede luz
para cada um de nós
que guarda teu legado
na lembrança.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
DIÁRIO DE VIAGEM
quarta-feira, 19 de junho de 2013
DIÁRIO DE VIAGEM
Assim caminha a
humanidade
Somente sozinho
O homem se faz
E, por isso, em si,
Dentro de si, ele se basta.
O homem é a tábua
De salvação de si próprio
E do outro, por extensão.
Irmão siamês de si
E de ti, ele te vê
Enquanto o vês,
Em toda extensão
De vossas almas.
Porque nunca é rasa
A cova onde despejais
Dor, ausência, perdição.
O homem é pão e dele
Tu te alimentas e, a ele,
Que de ti retira o substrato
De toda criação.
O homem, sozinho, é
Ao mesmo tempo
Negação e justificativa
De sua existência.
Nasce e morre assim
E sua alma una prossegue
Enfim sua jornada,
Até que reconheça
O que é começo,
O que é estrada,
E o que é fim.
* O título faz homenagem a um clássico do cinema norte-americano de 1956, o último encenado por James Dean, que morreu, aos 24 anos, antes da estréia. Giant, o título em inglês, ganhou no Brasil o título de Assim caminha a humanidade.
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