terça-feira, 27 de março de 2018




Descarnaval

De repente, o céu,
Sob o sol ameno.
Agora, nessa hora
Em que luz e sombra
Começam a se tocar, 
Pouco antes de o dia
Esmorecer e o sol deitar.

De repente, o sopro
Do desejo varrido
Pelo sol crepuscular. 
E então o medo,
Medo do terreno movediço,
Entre o entardecer
E a manhã, no que ela 
É sumo e viço.

Sou ser vincendo,
Amor. E o meu tempo
É hoje - e por isso
Frágil, tátil, obsceno.
Dá-me então o gozo
De te distrair.

Sou só a mão
Que rege o instrumento.
No mais, é o vento,
E o frenesi.



Morfologia da Cidade



Quando Lefebvre fala
Sobre o direito à cidade,
Pense na urbe,
Onde a vida arde,
Para alem do Estado,
Enquanto Estado-Nação -
Esse cadáver exangue.

Tunga no Masp,
Samba, ópera, corpo, crack -
Morfologias da alma.

Avenida Paulista,
Hoje,
Cinco horas da tarde.

(Porque poesia não tem explicação).





segunda-feira, 30 de outubro de 2017



O que não sei

Nowadays,
Sonho poemas-silêncios,
Signos indecifráveis,
Códigos fugazes
De pura luz.

Nowadays,
Sonho poemas azuis,
Urdidos em
Frases-galáxias,
Encíclicas de
Falas de fadas.

Sonho acordada
Poemas de nebulosas,
Versos-espíritos,
Afrescos,
Hálitos de rosas.

Nowadays,
Sonho palavras
Elípticas,
Léxico de nuvem,
Cifras de cítaras.

Sonho inescritas
Parábolas,
Preces em
Línguas de anjos,
O que não sei,
Nowadays.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

terça-feira, 25 de julho de 2017

Diário de Viagem



Eu, partícula de Deus

Como se pode ver o mundo
E ainda assim acreditar
Que céu e terra e mar
E a Via Láctea
E a luz do sol
E estar na Terra,
Esse planeta azul,
E respirar,
E mais o amor,
O dom de amar,
Ser tudo acaso,
O resultado
Da explosão
De um Big Bang,
Poeira cósmica
De um universo
A se expandir,
Até sumir,
Até cessar,
Como se pode ver o mundo
E ainda nisso acreditar?

quarta-feira, 10 de maio de 2017

DIÁRIO DE VIAGEM


Amar o Amor

O equinócio
De primavera
É o exato instante
Em que começa
A estação das flores,
E dos amores,
No Hemisfério Norte

(Quando o sol
Cruza a sombra
Projetada da linha
Do Equador, no céu,
E o curvo tempo
Iguala luz
E escuridão).

Então, o milagre
Acontece: Cupido,
O Deus romano
Do amor, espeta
Flechas nos corações
E enamorados
De toda a Terra
Despertam.

No Centro-Oeste
Do Brasil, ao centro
Do Hemisfério Sul,
Embora outono,
Meu coração
Sucumbe ao ritual
E com Tim Maia,
Eu canto: "Te amo,
É primavera".

DIÁRIO DE VIAGEM


Amar o Amor

O equinócio
De primavera
É o exato instante
Em que começa
A estação das flores,
E dos amores,
No Hemisfério Norte

(Quando o sol
Cruza a sombra
Projetada da linha
Do Equador, no céu,
E o curvo tempo
Iguala luz
E escuridão).

Então, o milagre
Acontece: Cupido,
O Deus romano
Do amor, espeta
Flechas nos corações
E enamorados
De toda a Terra
Despertam.

No Centro-Oeste
Do Brasil, ao centro
Do Hemisfério Sul,
Embora outono,
Meu coração
Sucumbe ao ritual
E com Tim Maia,
Eu canto: "Te amo,

É primavera".