Descarnaval
De repente, o céu,
Sob o sol ameno.
Agora, nessa hora
Em que luz e sombra
Começam a se tocar,
Pouco antes de o dia
Esmorecer e o sol deitar.
De repente, o sopro
Do desejo varrido
Pelo sol crepuscular.
E então o medo,
Medo do terreno movediço,
Entre o entardecer
E a manhã, no que ela
É sumo e viço.
Sou ser vincendo,
Amor. E o meu tempo
É hoje - e por isso
Frágil, tátil, obsceno.
Dá-me então o gozo
De te distrair.
Sou só a mão
Que rege o instrumento.
No mais, é o vento,
E o frenesi.
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