segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

DIÁRIO DE VIAGEM


Chez moi

Ressoam no quarto os sons harmônicos
de uma canção. O quarto é o colo,
meu aconchego, onde descansa em paz
o coração. A casa, seu sustentáculo,

Abrigo de anos de história, talhados
em cada vão, em cada rosto emoldurado
nas salas da memória. A casa tem alma,
tem batimentos. Eu quase posso ver-lhe

A aura, ouvir-lhe o curso dos pensamentos.
A casa em verdade é imaterial,
embora se realize na concretude

De uma imagem real. Sobre essa imagem
construo sonhos e teço rimas,
para falar de amor e mais vivê-lo ainda.






quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM

AVE, MARIA

Hoje é 27 de novembro. Hoje é o Teu dia, o dia de Tua segunda aparição, Há exatos 183 anos, à noviça francesa Catarina de Labouré, na Capela da Medalha Milagrosa, em Paris. O dia em que aprendemos a pedir o Teu amparo, dizendo: Ó Maria concebida sem pecados, rogai por nós que recorremos a vós, inscrito em Tua medalha, cujo modelo Tu própria o ditastes à Catarina.
Carrego essa medalha pendurada ao peito, meu talismã, e carrego a devoção a Ti, Virgem Maria, em meu coração. Nesse dia em que tive a honra de nascer, quero agradecer a Ti e ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, por tantas graças por mim recebidas ao longo desse pouco mais de meio século de existência. Esses anos de tantas graças e tão poucas dores, esses anos de aprendizagem e bonança.
Contigo quero cantar a alegria de viver, proclamando o amor, a solidariedade e a esperança, tendo ao meu lado a bênção dos meus filhos, a bênção da minha inestimável e numerosa família, a bênção dessa igualmente inestimável e numerosa família de amores e de amigos, cultivada ao longo dos anos.
Hoje é dia de festa. Ave, Maria.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM




 Amor é fogo que arde sem se ver

Se eu fosse falar,
Teria tanto a dizer.

Se eu discorresse
Sobre o estado de amar,
Até o êxtase.

Um estado onde
Em se estando, se é ausente
E muito mais se está,
Quando se parte.

Ver-se...

Chama que se acende,
No primeiro instante
Em que se vê o outro.

Ter isso duas ou três vezes,
Ao longo da vida.
E em se tendo uma vez,
Nunca se esquece.

Triste, triste mesmo,
É quem não conhece
Esse estado de perder-se
Dentro do outro.

Isso eu lhe diria
Ao pé do ouvido,
Se eu fosse falar.

sábado, 5 de outubro de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM


Sobre raízes

Ouço em transe os ecos da memória
da canção martelando em minha mente,
como um mantra, um refrão onipresente
nos nascidos da nordestina história,
ouço os feitos de maldição e glória
pela voz dos sertões multiplicado
no cordel de um martelo agalopado
que em meu peito cavalga livremente,
e é por isso que vivo tão somente
para enfim livremente recriá-lo.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM



Poetweet 47 – Fecho os olhos e sorvo seu beijo úmido, seu fluido hálito, seu raro encanto, submisso corpo imerso no corpo mítico do Atlântico.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM


Poetweet 46 – Sopra uma brisa suave e fria na pele da tarde seca,  rachada, arrepiada do cerrado de meu peito, trêmulo de amor e de saudade.

sábado, 17 de agosto de 2013

DIÁRIO DE VIAGEM






Poetweet 45 – A gata se enrosca na mão que se enrosca na gata; e a vida se enrosca sobre si mesma, e nas cismas da manhã, preguiçosa e erma.