Que nunca são ditas
Gosto de brincar
de palavras com
o papel em branco.
Digo-lhe: amar
e ele faz cara
de desdém e diz:
bah, muda o disco.
- Ó branquelo,
a gente já está
na era do pós-CD,
do Ipod, ora se pode
você falar de
bolachão nesse
poema. Só se for
pra fazer rir,
e como não sou
Nicolas Behr,
mudo o tema
da poesia e lhe
proponho falar
de dor e de alegria.
Essa é uma
história sem fim
e não cabe
num poema, diz
o papel almaço
e se arrepia ao
toque da caneta
à minha mão
riscando sua pele
branca como
a luz do dia.
-Então, que tal
falarmos do
indizível prazer
de com você
forjar palavras,
sussurro ao seu
ouvido e ele
enfim se cala
e cede a mim
seu corpo,
espaço sem fim
onde derramo
empíricas palavras.
(O título é um verso da canção Quase sem querer, de Renato Russo)
Que belíssimo sussurrar poético, palavras fazendo amor com as sensações que provocam...
ResponderExcluirAmei!
É essa a direção do poema, caríssimo Moa. Grata pela leitura e pelo generoso comentário.
ExcluirAmneres