Por quem os sinos dobram
Na convergência
Do centro da cruz
Está Jesus
Toda vez
Que semeio palavras
Ele as exala
Corpo e alma
Anos-luz
Sóis azuis
Imã
Magma
Foz
Sopra o criador
De parábolas
(Em êxtase
Na tessitura
Da noite escura
Soa em mim
Sua clara voz)
Verbos surgem
Nomes a eles se ligam
Frases se formam do nada
E o milagre se faz
Poesia
É quando os sinos tocam
Em perfeita harmonia
Senhor, faça-se em mim
Tua vontade nessa arte
De ouvir-te e ver-te
Em tudo o que acontece
Como John Donne,
Tua ovelha humilde
Se entristece
Com a dor de todo homem
E mais, de qualquer ser vivente
Que essa terra habite
Todo ser que sofre, diminui-me,
Senhor, e nele sinto o peso
De tua cruz em mim
“...por isso não perguntes por quem
os sinos dobram; eles dobram por ti”.
(Em aspas, versos de John Donne, em Meditações VI)
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ResponderExcluirO som e a harmonia dos sinos como metáfora para a poesia (um certo outro nome do caminho ao Sagrado) chamam atenção e ativam nossa memória afetiva. Assim como os sinos avisam sobre o que vem, a poesia também cumpre esse papel de profetisa da alma.
ResponderExcluirSim, caríssimo professor e colega de ofício, esses e outros signos parecem convergir para uma linguagem poética universal em conexão com o sagrado. Assim me vêm essas associações. Grande abraço.
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