sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

Engenho e mar

Sou viajante. Gosto de viajar pela paisagem plácida e translúcida da Praia do Cabo Branco, à beira-mar do manso Atlântico. Nessa paisagem vivi, até aos 18 anos, uma infância e adolescência absolutamente felizes, regada a queimadas, picolé de frutas, assustados(*) e pescarias ao luar. O verão – que nesses trópicos dura de setembro a fevereiro – era o senhor absoluto de nossas existências. Em dezembro, então, com a chegada do veraneio, tudo era luz e alegria.
Os veranistas vinham de várias partes do Nordeste e do interior da Paraíba, em sua maioria. E nossa casa – com sua grande quadra de jogos, iluminada por holofotes altíssimos - passava a ser a parada obrigatória de todos os amigos de nossa numerosa família de oito irmãos. Jogávamos vôlei, futebol, queimada e organizávamos concorridíssimos campeonatos de pingue-pongue e de gamão – jogo de origem britânica, cujo gosto herdáramos dos nossos avós maternos, diretamente do Engenho Tibiri, o primeiro engenho de açúcar da Paraíba, que já fora o Engenho del Rei, à época de Filipe II, rei de Espanha e Portugal.
Mamãe me disse que originalmente, quando foi comprado por meu bisavô, o engenho tinha três mil hectares e se estendia da atual cidade de Santa Rita a João Pessoa, a capital, que foi a terceira cidade do Brasil, fundada ainda no primeiro século da colonização, depois de Salvador e do Rio de Janeiro.
Segundo Horácio de Almeida, em sua História da Paraíba, “de todas as capitais brasileiras, sobretudo das que foram cabeças de capitania, a da Paraíba foi a terceira que nasceu cidade. A primeira foi a de Salvador, na Bahia, fundada por Tomé de Sousa, em 1549, próximo à Vila Velha, para sede do governo geral. A segunda, a do Rio de Janeiro, por ter sido conquistada pelo governo, à custa de sua fazenda, em 1565. A terceira, a de Nossa Senhora das Neves, na Paraíba, fundada em 1585. Todas as outras nasceram vilas e nesta categoria se conservaram durante todo o período colonial”.
Até hoje, lembro-me do cheiro acre do bagaço da cana saído dos imensos tonéis onde eu e meus primos adorávamos brincar de esconde-esconde. Era uma aventura entrarmos escondidos na velha construção e explorar suas cavernas úmidas. Mas à medida que saíamos da infância à adolescência, mais éramos atraídos pelo verão com suas praias azuis e pela visão de nossos corpos bronzeados quase prontos para o primeiro amor.
O primeiro amor foi meu primeiro rito de passagem. Hoje, mais de 30 anos depois, ouço de minha mãe, com toda a iluminação e sabedoria de seu grande espírito octogenário, que o coração não envelhece e nele permanecem os sonhos, em ciclos de nascimento e morte, a cada nova florada, a cada nova estação. E é exatamente assim que me sinto: hoje como antes, uma adolescente apaixonada pela vida e ainda pronta a conquistar o mundo, como um dia o fizeram os navegantes portugueses ao singrarem os mares em busca do novo mundo. Sou viajante...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

Aeroporto

Sou viajante, penso ao entrar no táxi, de malas prontas, coisa recorrente nos últimos meses. Na saída, descubro que perdi meus óculos e dou um suspiro. Chega, chega de perdas, digo alto e faço um gesto de apelo ao Pai eterno. Depois, peço desculpas. Quanta arrogância, digo para mim mesma e a pena treme com o balanço do carro em movimento.
Aprendi que toda dor cessa. Não há mal que nunca acabe, nem bem que sempre dure, repito o dito popular, refletindo sobre quantas lições se pode tirar do censo comum. O fluxo do trânsito corta o fluxo do pensamento. Levanto o olhar e vejo o Lago Paranoá brilhando sob a Ponte do Bragueto. São nove horas da manhã e o Eixão resplandece verde e rosa.
Verde e Rosa são as cores da Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro. Mas verde e rosa é também o Eixão Norte, sob o esplêndido céu azul de Brasília, onde o tempo é frio e seco e os ipês cor-de-rosa misturam-se ao verde musgo dos mangueirais. Que tempo gostoso, penso e esboço um ar de riso. Só mesmo um candango para gostar de uma estação onde a umidade do ar é menor que 20%.
Sigo pelo Eixão, agora o Sul, a caminho do Aeroporto. Daqui a algumas horas, estarei outra vez à beira-mar da Praia do Cabo Branco. Faz exatamente um ano que perdi e reencontrei o amor. Há exatamente um ano, estava do meio do furacão. Hoje não. Parece que a chuva cessou, parece que o peito secou como a paisagem desse Cerrado em movimento.
O táxi passa debaixo de um avião. Acompanho seu pouso até quase o chão e já não sinto a faca enfiada bem no centro do coração. Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe, inverto o ditado e o carro estaciona bem em frente ao saguão de embarque do Aeroporto JK. É hora de partir, é tempo de recomeçar.
“Besame, besame mucho, como se fuera esta noche la ultima vez...”, cantarolo o tango do argentino Carlos Gardel, mas na versão mais bela e mais doce do baiano João Gilberto, imortalizada no CD Amoroso. Gosto desse movimento, desse ir e vir, desse alvoroço dos aeroportos. Na fila de embarque, troco um dedo de prosa com um velho amigo, depois sigo apressada e só relaxo quando me sento à cadeira nº 5 da aeronave, bem ao corredor. Logo em seguida, no entanto, troco de assento com um senhor, para deixar unida uma família composto por pai, mãe e filho.
Meu novo lugar é a cadeira à janela, na fileira nº 4. Olho pela vidraça e acompanho o movimento do pessoal que trabalha em terra, como dizem os comandantes ao prestarem informações durante os vôos. Daqui a pouco estarei em pleno ar, a alma em transe, a caminho de algum lugar. Estou em trânsito e de alguma forma, nesse momento da vida, este parece ser o meu lugar. Sou viajante...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

Efígie

O poema é o Jadim, por isso lhe ofereço flores de silêncio com seu doce hálito de jasmim. Salve o poeta Reynaldo Jardim - hão de cantar-lhe em coro os querubins.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

V – Amazônia

A pororoca com suas ondas, a exuberância do verde mar da floresta, as altitudes de suas copas, o encontro das águas, a vida úmida, amazônica. Vi tudo isso apenas uma vez e fiquei encantada. Foi em 1990. Fui à Amazônia curar uma dor de morte e então a vida renasceu em meu ventre. Perdera meu irmão caçula e fui à viagem, na verdade, para amparar uma irmã, ainda mais inconsolável, desde que tudo acontecera. E quando voltei, a exuberância daquela paisagem aliada à descoberta de que eu estava grávida havia operado o milagre: saí dali curada da dor e convicta de que o Brasil é realmente abençoado e de que nenhum brasileiro deveria deixar de conhecer esse monumental tesouro verde que ocupa quase 50 por cento do território nacional.
Morte e ressurreição, não é a primeira vez que vivo esse binômio de forma brutal e inesperada. É como entrar no olho do furacão, a gente perde o chão e por um tempo que parece interminável a sensação é a de um astronauta que perde a sua nave e fica condenado eternamente à escuridão do espaço sideral. Sentia-me assim, naquela ocasião, quando então a visão da grandiosidade da floresta amazônica veio em meu auxílio e fez o mundo todo iluminar-se.
Em um dos passeios feitos durante a viagem, eu e minha irmã quase nos perdemos, dentro da floresta. De repente, distraídas pela visão de um pássaro, de um macaco, da própria luz que penetrava sutil por entre as copas altíssimas das árvores, não vimos mais o grupo e só ouvimos baixinho, quase se apagando, a voz de nossa guia perdendo-se na distância. Corremos apressadamente em direção à voz, erramos algumas vezes a trilha, até que avistamos outra vez o grupo.
A selva é assim, um labirinto de trilhas e caminhos e sons de folhagens e cantos de aves e vozes de bichos. Um mundo viçoso, encantado e absolutamente misterioso ao nossos olhares urbanos. Lembro-me de que fizemos um percurso, de canoa, por igarapés tão finos que muitas vezes tínhamos de afastar as folhagens e galhos com as mãos para que não nos arranhassem os braços. Visitamos uma espécie de casa construída em cima de árvores de troncos muito largos, um restaurante-mirante destinado aos turistas. Quando voltamos às canoas, tomamos um delicioso banho no igarapé e experimentei a água mais doce em que já mergulhara.
Há uma imagem que ficou gravada para sempre em minha memória: a de quilômetros e quilômetros ininterruptos de floresta verde às margens de rios tão largos que era-nos impossível avistar-lhes a outra margem. Navegávamos na majestosa Bacia Amazônica, em direção ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões para formarem o Rio Amazonas, o maior do planeta. As águas não se misturam e suas cores – uma escura e outra clara - formam uma impressionante  linha divisória que se estende por seis quilômetros dentro do Amazonas.
A maior bacia hidrográfica do mundo, com seus espantosos sete milhões de quilômetros quadrados, envolve seis países: Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela e Bolívia, No entanto, mais da metade dela, exatamente 3,8 milhões de quilômetros quadrados, corre em território brasileiro e abrange sete  de nossos estados. É esse mundo aquático, grandioso, quase sobrenatural que abriga a Floresta amazônica, a maior reserva verde do planeta.
Segundo alerta-nos o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cerca de 550 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica brasileira já foram devastados, ou seja, 13,7% da mata. E pior, desse total, 200 mil quilômetros foram abandonados após terem se esgotados os recursos naturais. Trata-se de uma catástrofe ambiental de dimensões gigantescas. Uma séria ameaça às imensuráveis fauna e flora que compõem o ecossistema da floresta.
Mas mesmo hoje, onze anos e milhares de quilômetros quadrados desmatados depois de minha ida à Amazônia, a floresta resiste e ainda é possível desvendar-lhe a verve selvagem. A Amazônia é uma revelação, e como tantas outras, acontece em nosso espaço, na  nossa frente, sem que muitas vezes a percebamos. Por isso, eu canto em sua homenagem; e agradeço aos céus a oportunidade de, pelo menos uma vez até então, ter visto de perto, ter testemunhado, esse milagre da Criação.

* Alguns dados sobre a Amazônia, transcritos do site repórterterra.com.br sobre a Expedição do Greepeace na Amazônia

Apenas 1/5 das florestas nativas do planeta continuam intocadas. Dos remanescentes florestais, aproximadamente 1/3 está concentrado na Amazônia.

A área total de Floresta Amazônica (mais de 6 milhões km²) tem quase o tamanho da Austrália, é maior do que a Europa Ocidental e quase tão grande quanto os EUA.

A floresta está presente em 9 países: Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Suriname, Guiana Francesa, Guiana e Brasil.

A Bacia Amazônica é o maior reservatório de água doce do planeta. Quase 1/5 de toda a água do globo flui através de seus rios.

O Rio Amazonas tem 6.868 km de extensão (a mesma distância que separa a cidade de Nova Iorque da capital alemã Berlim). O ponto mais profundo do Rio Amazonas chega a 120m, o que é suficiente para mergulhar a Estátua da Liberdade inteira (que tem 91,5 m de altura).

Em alguns rios, a diferença entre o nível da água na estação seca e durante a cheia é igual à altura de um edifício de 8 andares.

Existem mais espécies de plantas em apenas um hectare de floresta amazônica do que em todo o continente europeu. Mais de 200 espécies de árvores podem ser contadas em um único hectare e já foram identificadas 72 formigas diferentes vivendo em apenas uma árvore.

Nos rios que cortam a floresta, existem 30 vezes mais espécies de peixes do que em todos os cursos d'água da Europa.

Mais de 30 mil tipos de plantas já foram catalogados, mas suspeita-se que outros 20 mil permaneçam desconhecidos. A vitória-régia, cujo diâmetro chega a medir 2m, é a maior flor do mundo.

Uma espécie de macaco que pesa 130g tem quase o tamanho de uma escova de dentes. Alguns índios da floresta amazônica usam estes minúsculos macacos para catar piolhos em seu coro cabeludo.

domingo, 23 de janeiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM



IV – Londres

A primeira vez que os ouvi foi no final da década de 80, em Londres - a capital mundial do Rock. Foi amor à primeira vista e quando voltei a Brasília, sete meses depois, trazia no coração a visão dos punks nos metrôs e ruas, o borrão do fog emprestando às noites um ar de ilusão, e as vozes roucas dos astros do rock, entre eles, os que mais amava: as bandas U2 e Dire Straits e a cantora nigeriana Sade.
“I have climbed the highest mountains/ I have run through the fields/ Only to be with you/ Only to be with you”, ouço o som sigularíssimo da voz do irlandês Bono, vocalista do U2, e vejo-me outra vez em Londres, subindo as longuíssimas escadarias do metrô e descendo em plena Oxford Street uma das avenidas mais movimentadas da cidade.
A vida efervescia, apesar do frio e da chuva fina, úmida e constante, que enxarcava a cidade. As tardes e noitinhas nos pubs e as noites nos porões de rock era do que eu mais gostava. E das aulas de inglês, onde em minha classe cada um dos mais de quinze alunos era de um país diferente. Não só em minha classe, mas em toda a escola misturavam-se europeus, africanos, árabes e latino-americanos e, por isso, tomar um café na hora do intervalo ou almoçar em seu pequeno restaurante era uma festa aos meus olhos e aos meus ouvidos, encantados pela diversidade dos rostos e sotaques.
Havia um árabe que soube por telefone que seu pai lhe escolhera uma noiva com quem se casaria assim que voltasse ao seu país. E havia um empresário do Japão que nos levou ao mais caro restaurante japonês de Londres e nos apresentou, um a um, os pratos mais famosos da milenar culinária de seu país. Foi a primeira vez que experimentei sashimi. E havia Bozena, a polonesa, de quem tornei-me amiga inseparável, e Kurt, o suiço alemão com quem namorei. Na época, eu o achava parecido com Rod Stewart, só que mais bonito, com seus cabelos cacheados e seus olhos azúis, muito azuis. Parecia um cantor de rock aos meus olhos inocentes, foi por isso que me encantei de pronto – penso e não contenho o riso.
Lá se vão mais de vinte anos, desde que tudo isso aconteceu, mas ainda hoje a capital inglesa provoca em mim essa sensação de alegria, de juventude, de fulgor.  “But I still haven't found/ What I'm looking for/ But I still haven't found/ What I'm looking for…”, canto com Bono o hino daquela década, gravado no álbum The Joshua Tree (1987): o trabalho mais premiado da história da banda. Londres foi um sonho bom, como tantos outros em que a vida em benção e em graça se traduz. Que venha o próximo sonho e que a fé me guie pelos caminhos de luz.

* Texto inspirado na canção I Still Haven't Found What I'm Looking For, da banda irlandesa U2 e que transcrevo abaixo:

I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you
Only to be with you
I have run I have crawled
I have scaled these city walls
Only to be with you
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

I have kissed holy lips
Felt the healing in the fingertips
It burned like fire
This burning desire
I have spoke with the tongue of angels
I have held the hand of a devil
It was one empty night
I was cold as a stone
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for
I believe when the Kingdom Comes
Then all the colors will bleed into one
But yes I'm still running.
You broke the bonds
You loosened the chains
You carried the cross
of my shame
of my shame
You know I believed it
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for.

A primeira vez que os ouvi foi no final da década de 80, em Londres - a capital mundial do Rock.

sábado, 22 de janeiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

III – Cemitério Inglês

Nos primeiros séculos, os ingleses enterraram seus mortos aqui, num pedaço de terra alta do novo mundo, debruçado sobre a Baía de Todos os Santos - penso, ao contemplar a beleza do verde mar de Salvador, daqui do alto da Ladeira da Barra.
Penso na chegada dos navegantes portugueses no longínquo ano de 1501 e no deslumbramento que lhes causou a visão dessa enseada. Era o dia 1º de novembro, Dia de Todos os Santos e por isso foi nomeada assim a Baía que daria nome à primeira cidade brasileira.
Segundo historiadores, conduziam a expedição - enviada por Portugal un ano após o descobrimento - o comandante Gaspar de Lemos e o cartógrafo e escritor italiano Américo Vespúcio, que mais tarde emprestaria seu nome a todo o continente.
Acordo do sonho do Descobrimento e volto às covas desses ingleses que, no século dezenove, com o episódio histórico da Abertura dos Portos, em 1808, também embarcaram na grande aventura de construção de um novo mundo em terras americanas.
Uns eram jovens, muito jovens, outros de meia idade, muitos dos quais vítimas de doenças tropicais. Passeio por seus túmulos e leio suas epígrafes. Segundo historiadores, a leva de ingleses incluía de caixeiros viajantes a engenheiros em busca de novas oportunidades, movidos pelo sonho de felicidade e de riqueza.
E o cemitério, fundado em 1811, veio servir de abrigo exatamente aos mortos dessas e de outras famílias não católicas, já que os católicos se enterravam dentro de suas igrejas. A historiadora inglesa Sabrina Gledhill, radicada em Salvador, afirma que há nesse local uma área ainda não descoberta onde estariam os corpos de marinheiros sepultados em massa.
Posso estar pisando em suas covas, nesse exato momento – penso, e sinto um sobressalto. Então faço uma prece por todas essas almas deitadas sob o sol, em berço esplêndido. Que descansem em paz – recito e agradeço ao Pai eterno a luz de um dia a mais.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM

II - Salvador

Bálsamo, unguento, banguê, pomada pra sarar ferida do corpo e da alma, vick vaporub, axé. Você já parou para pensar em quem é você? Ile Aiyê, São Salvador, Bahia de São Salvador, meu Senhor do Bonfim, como você é bonito de se ver. (amanhã tem mais...)