Costa, Lúcio e mar
Começo o poema, catando
Folhas brancas em meio
Às caixas da mudança.
Dançam, balançam
As anáguas, as lânguidas
Águas do Lago Paranoá.
Ah, se fosse o mar
A lavar as mágoas,
Até onde a vista alcança!
E tudo que se visse fosse
Outra vez um novo mundo
A desnudar-se ao olhar.
Para sempre, amar,
Sopram, sussurrantes,
As brancas vozes do mar.
De dentro de um búzio,
Enterrado nas entranhas
Desse Lago mítico,
Ecoam os sons idílicos
Da Cidade sonhada
Por um certo Lúcio.
Costa é o nome que se dá
Às terras e enseadas,
Às margens dos oceanos.
Sonhar é levar os mares
Aos longes altiplanos.
Poesia é sabe-los lá...
Amneres
22/09/2020