Febre e abismo
Meu sonho
era uma encosta,
Entre ela e
o mar, precipícios,
Multidões na
praia, abaixo
E o caminho
era estreito
Para nós,
amor, entre abismos.
Pelas rochas
espremidos,
Nossos
corpos abraçados
Quase
fundiam-se ao outro,
Na medida em
que avançavam,
Testemunhando
o suplício
De outros
seres condenados.
Quando
chegamos à praia,
No mar azul
mergulhamos,
Febris e
arrebatados
Pelo amor,
em benefício.
Mas logo nos
enredamos
Na trama dos
artifícios.
Entre torpes
corredeiras
Erraram
nossos espíritos
E entrei
naquelas águas
Cheias de
lodo e de larvas,
E de seres
demoníacos.
Eu,
corajosa, lutava,
Enfrentando
os malefícios,
Pois sabia
que encontrara
A luz que
tanto buscara,
Amor, nesses
interstícios
De tempo que
nos separa.
Hoje, vivo a
procurá-la,
Alma irmã da
minha alma,
Perdição e
paraíso.
Amneres